segunda-feira, 11 de julho de 2011

Rebuceteando-te ! KKkkkk

Cris querida,

a Juju tem uma prosa extraordinária, sarcástica, lucidamente feroz! Ela esteve trocando e-mails comigo ao longo dessa semana e ontem à tarde conversamos um pouquinho no MSN (infelizmente não pude continuar o papo porque recebi visita). Mas ela tá animadíssima em participar aqui (pra ela será uma oportunidade catártica) e como você me deu liberdade, eu a convidei não apenas pra comentar, mas principalmente pra contribuir/compor (conosco) postando textos!

Mas veja bem, cricota: REBUCETEIE-SE, mulher! Strawberry PUSSY POWER fields FOREVER! Também já passei por fase de me achar um homem sem caralho, então te compreendo perfeitamente! ;-)

Temos que dividir o processo de retomada/reavivamento desse espaço por etapas!

Etapa 1: estabelecer uma pauta (e os tópicos são tão vastos:

#--> a Marcha das Vadias (que partiu do Canadá e encontrou eco no Mundo);
#--> se a recém-aposentada Oprah representa um poder feminino exemplar (algo a ser imitado) ou não (se ela é um arremedo escroto de poder tipicamente masculino);
#--> A ex-atriz pornô Sasha Grey (precisa ver o que essa menina já aprontou!kkkk) seria um novo paradigma de mulher emancipada?
#--> Lady Gaga, Beyoncé, Shakira, Britney Spears, Christina Aguilera, Nick Minaj, Rihanna (simulacros de emancipação) VERSUS Janelle Monáe, Kate Bush, Björk, Joni Mitchell, PJ Harvey, Diamanda Galás, Mônica Aragão, Gal Costa, Ithamara Khorax, Jocy Oliveira, Sofia Gubaidulina, Susanna Mälkki (gênias, emancipadas DE FATO);
#--> O Lobão fala muito em "paudurescência". Já eu acho que temos que discutir a "paumolescência": o capitalismo promove a castração psicológica do homem (a obrigação à ereção é o estopim da impotência de fundo psicológico) pra fazê-lo refém das corporações farmacêuticas (Pfizer e afins);
Enfim, citei 5 tópicos que rendem muitos posts cobrindo vários aspectos, mas é CLARO E LÓGICO que é de incontornável importância que vocês introduzam (ooops!rsrs) os tópicos que julgarem relevantes: o espaço é de vocês, sou só um colaborador).

Etapa 2: arregimentar as colaboradoras

(mas não pode ser um negócio de "comadre" não, porque as cumádi tudu bota pilha que vem iscrevê mas depois somi du mapa, já reparô?kkkkk). Esse é um processo delicado, vai tomar um certo tempo (porque vamos ter que selecionar mesmo aquelas mais APTAS e ENGAJADAS). Mas já adianto que demos sorte, porque temos VOCÊ MESMA (é: tuzinha aí, Cris) e a Juju (Juliany, que apesar de estar grávida e ainda ter um outro filhote pra criar e ainda ser ginecologista, é guerreira e escreve bem pra caralho (digo, BUCETA...KKkkkk)

Etapa 3: pauta estabelecida, equipe montada, partimos pra divulgação

(cada participante do blog irá usar de seu "charme e carisma irresistível" pra convidar as pessoas a visitarem o blog! Mas me ocorreu uma outra idéia! Seguinte: o Facebook se tornou uma ferramenta viciante, porque agrega muitas possibilidades interessantes de interatividade e partilhamento. Que tal então se nós transferíssemos todo o conceito de CRICAS DIVERTIDAS pruma página DENTRO do Facebook? Ficaria muito mais fácil seduzir/conquistar leitores!

Clicar num link é coisa ínfima de tão irrisória, mas as pessoas infelizmente são muito comodistas (então clicar pra sair de lá e vir pra cá, fica parecendo um esforço épico pra elas).

E outra: mediocridade preguicenta do povinho que tem lhombra de clicar à parte, o espaço lá (FB) é realmente muito mais dinâmico e sedutor. Inclusive tô pensando em convencer Tom Zé a abandonar aquele blog do UOL e migrar pra valer pra página dele no FB! Me ajuda nisso, Cris?

Bom, vou parando por aqui!

Há braços!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ESTÍMULOS ESTIMULANTES


Não sei contar bem o que se passou. Fato é que me sinto bloqueada para escrever aqui e que se não fosse o Marlos e mais umas outras, eu talvez já tivesse apagado este BLOG. Semana passada escrevi um texto em que tentava explicar o porquê abandonei este espaço. Passei a madrugada toda escrevendo, mas não tive coragem de publicar a novela final. Também não acho nenhum mote original pra propor ou mesmo elucubrar.
A coisa toda  eu sinto assim: como minha vida sexual parece estar pendente na crise dos cinquenta, sinto-me uma mulher meio sem buceta. Pronto, falei.
É como se não soubesse mais o que sou e daí, não pudesse me dizer.
Por um outro lado, e a prova disso são estas linhas, também sinto que a crise está dando lugar a algo que quer explodir dentro de mim. Sei lá, estou muito confusa ainda...
Enviei convites a uma porção de conhecidas, e espero que a presença delas, assim como a do estimulante Marlos,  me ajudem a voltar a escrever.
Juju, visitei teu BLOG e me emocionei muito. Escreve algo pra gente aqui tb, vai!
Enfim...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cris, tô na área !

Pô, o último post aqui foi no dia que completei 41 anos !

Bom, você convidou anteontem e cá estou eu!
Mas e as meninas, quedê ?

Aliás, comecei a agir convidando a Juliany (que ficou sem resposta quando fez em 12/02/2010 um comentário bacana sobre o "debate" sobre pornificação) a voltar aqui pra dialogar conosco sobre aquele tema (e claro, também sobre outros assuntos), sempre dando sua visão experimentada enquanto ginecologista !

Cumádi Crica: vê se interrompe esse seu probleminha de "non sequitur"! A gente fica uma eternidade esperando você responder, pô! Esperar por Godot fica até divertido quando comparado à esperar pelo teu feedback! KKKKkkk

Enfim, vambora arrumar o salão pra festa: tô aqui com vassoura, balde cheio d'água, sabão e o escambau! ;-)

Há braços !

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

MAU HUMOR É PRERROGATIVA FEMININA: ISSO DEVIA ESTAR NA CONSTITUIÇÃO


Se o cara não lhe faz rir, desista.
Mau humor é prerrogativa feminina; isso deveria estar na constituição!
O texto é sobre o assunto:
Sobre homens que as fazem rir
Procurei no Google pela expressão “humor equals freedom” (”humor significa liberdade“). Nenhum resultado. O inverso também não existe na Internet. Em páginas brasileiras, só há relação entre humor e liberdade de expressão. Uma pena. O senso de humor guarda a chave central dos relacionamentos amorosos, desde os primeiros instantes da sedução até a morte do parceiro após décadas de convivência.
Não é sem razão que as mulheres valorizam o bom humor nos homens. É comum ouvir algo como: “Eu gosto de homens que me fazem rir”. Ou ainda: “Eu amo ver ele sorrindo para mim”. Essa simples confissão esconde algumas coisas interessantes. O que elas dizem aponta menos para a comicidade e mais para a noção de liberdade, transcendência e plasticidade dos homens – em vez do lúdico, é o aspecto lúcido que importa. Não se trata de homens palhaços ou maliciosamente inteligentes (piadistas e sarristas de plantão), mas de homens sábios, que conseguem transitar entre diferentes universos e linguagens, sem muitas fixações e prisões. Simples assim: se o humor vem de um automatismo ou condicionamento, ele repele; se brota da liberdade, é absolutamente irresistível.
Clique aqui e leia o texto na íntegra

sábado, 22 de agosto de 2009

ADORO PAU MOLE


Adoro pau mole.
Assim mesmo.
Não bebo mate
não gosto de água de coco
não ando de bicicleta
não vi ET
e A-D-O-R-O pau mole.

Adoro pau mole
pelo que ele expõe de vulnerável e pelo que encerra de possibilidade.

Adoro pau mole
porque tocar um pressupõe a existência de uma intimidade e uma liberdade
que eu prezo e quero, sempre.

Porque ele é ícone do pós-sexo
(que é intrínseca e automaticamente
- ainda que talvez um pouco antecipadamente)
sempre um pré-sexo também.

Um pau mole é uma promessa de felicidade sussurrada baixinho ao pé do ouvido.

É dentro dele,
em toda a sua moleza sacudinte de massa de modelar,
que mora o pau duro e firme com que meu homem me come.

Maria Rezende (ou Maria da Poesia) -


quinta-feira, 23 de julho de 2009

PORNIFICADOS

PORNIFICADOS
Como a pornografia está transformando as nossas vidas, os nossos relacionamentos e as nossas famílias
Pamela Paul
Editora Cultrix
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Vamos ler juntinhas (os)?
CRica

domingo, 28 de junho de 2009

DIFÍCIL ARTE DE SER MULHER -Frei Betto

Hipácia por Charles William Mitchell (1885)


Hours concours em Cannes, um dos filmes de maior sucesso no badalado festival francês foi “Ágora”, direção de Alejandro Amenabar. A estrela é a inglesa Rachel Weiz, premiada com o Oscar 2006 de melhor atriz coadjuvante em “O jardineiro fiel”, dirigido por Fernando Meirelles.

Em “Ágora” ela interpreta Hipácia, única mulher da Antiguidade a se destacar como cientista. Astrônoma, física, matemática e filósofa, Hipácia nasceu em 370, em Alexandria. Foi a última grande cientista de renome a trabalhar na lendária biblioteca daquela cidade egípcia. Na Academia de Atenas ocupou, aos 30 anos, a cadeira de Plotino. Escreveu tratados sobre Euclides e Ptolomeu, desenvolveu um mapa de corpos celestes e teria inventado novos modelos de astrolábio, planisfério e hidrômetro.

Neoplatônica, Hipácia defendia a liberdade de religião e de pensamento. Acreditava que o Universo era regido por leis matemáticas. Tais ideias suscitaram a ira de fundamentalistas cristãos que, em plena decadência do Império Romano, lutavam por conquistar a hegemonia cultural.

Em 415, instigados por Cirilo, bispo de Alexandria, fanáticos arrastaram Hipácia a uma igreja, esfolaram-na com cacos de cerâmica e conchas e, após assassiná-la, atiraram o corpo a uma fogueira. Sua morte selou, por mil anos, a estagnação da matemática ocidental. Cirilo foi canonizado por Roma.

O filme de Amenabar é pertinente nesse momento em que o fanatismo religioso se revigora mundo afora. Contudo, toca também outro tema mais profundo: a opressão contra a mulher. Hoje, ela se manifesta por recursos tão sofisticados que chegam a convencer as próprias mulheres de que esse é o caminho certo da libertação feminina.

Na sociedade capitalista, onde o lucro impera acima de todos os valores, o padrão machista de cultura associa erotismo e mercadoria. A isca é a imagem estereotipada da mulher. Sua autoestima é deslocada para o sentir-se desejada; seu corpo é violentamente modelado segundo padrões consumistas de beleza; seus atributos físicos se tornam onipresentes.

Onde há oferta de produtos – TV, internet, outdoor, revista, jornal, folheto, cartaz afixado em veículos, e o merchandising embutido em telenovelas – o que se vê é uma profusão de seios, nádegas, lábios, coxas etc. É o açougue virtual. Hipácia é castrada em sua inteligência, em seus talentos e valores subjetivos, e agora dilacerada pelas conveniências do mercado. É sutilmente esfolada na ânsia de atingir a perfeição.

Segundo a ironia da Ciranda da bailarina, de Edu Lobo e Chico Buarque, “Procurando bem / todo mundo tem pereba / marca de bexiga ou vacina / e tem piriri, tem lombriga, tem ameba / só a bailarina que não tem”. Se tiver, será execrada pelos padrões machistas por ser gorda, velha, sem atributos físicos que a tornem desejável.

Se abre a boca, deve falar de emoções, nunca de valores; de fantasias, e não de realidade; da vida privada e não da pública (política). E aceitar ser lisonjeiramente reduzida à irracionalidade analógica: “gata”, “vaca”, “avião”, “melancia” etc.

Para evitar ser execrada, agora Hipácia deve controlar o peso à custa de enormes sacrifícios (quem dera destinasse aos famintos o que deixa de ingerir...), mudar o vestuário o mais frequentemente possível, submeter-se à cirurgia plástica por mera questão de vaidade (e pensar que este ramo da medicina foi criado para corrigir anomalias físicas e não para dedicar-se a caprichos estéticos).

Toda mulher sabe: melhor que ser atraente, é ser amada. Mas o amor é um valor anticapitalista. Supõe solidariedade e não competitividade; partilha e não acúmulo; doação e não possessão. E o machismo impregnado nessa cultura voltada ao consumismo teme a alteridade feminina. Melhor fomentar a mulher-objeto (de consumo).

Na guerra dos sexos, historicamente é o homem quem dita o lugar da mulher. Ele tem a posse dos bens (patrimônio); a ela cabe o cuidado da casa (matrimônio). E, é claro, ela é incluída entre os bens... Vide o tradicional costume de, no casamento, incluir o sobrenome do marido ao nome da mulher.

No Brasil colonial, dizia-se que à mulher do senhor de escravos era permitido sair de casa apenas três vezes: para ser batizada, casada e enterrada... Ainda hoje, a Hipácia interessada em matemática e filosofia é, no mínimo, uma ameaça aos homens que não querem compartir, e sim dominar. Eles são repletos de vontades e parcos de inteligência, ainda que cultos.

Se o atrativo é o que se vê, por que o espanto ao saber que a média atual de durabilidade conjugal no Brasil é de sete anos? Como exigir que homens se interessem por mulheres que carecem de atributos físicos ou quando estes são vencidos pela idade?

Pena que ainda não inventaram botox para a alma. E nem cirurgia plástica para a subjetividade.

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.

Copyright 2009 – FREI BETTO - É proibida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização. Contato – MHPAL – Agência Literária (http://br.mc380.mail.yahoo.com/mc/compose?to=mhpal@terra.com.br)


O texto de Frei Betto foi-me enviado por Adriana Mioni. Valeu DRi!